Palestras e oficinas ocorreram durante a quarta-feira, 19 de novembro de 2025, como atividades paralelas às apresentações de trabalho no segundo dia de Salão. Foram momentos para promover reflexões e estimular os participantes a descobrir sabores, a colocar o corpo ou a mente em ação.
Reflexões sobre Ciência Aberta
Durante a manhã, o tema “Ciência Aberta no Brasil: conquistas e desafios” foi abordado por Ketlen Stueber, que é uma das autoras do livro com o mesmo título da palestra. A ministrante destacou conceitos, desafios e possibilidades desse movimento que propõe uma perspectiva democrática para o fazer científico. A ciência aberta envolve um conjunto de ações para dar transparência às pesquisas, incluindo a apresentação de dados e produzindo uma “ciência mais robusta, apresentada para além de seus resultados finais”.
“O mais interessante da ciência aberta é fazer uma ciência mais humana, democrática e transparente. Quando a gente fala desse conjunto de valores e também de abertura de dados, é uma forma legítima de combater fake news, discursos e publicações usadas de maneira intencional contra a própria população. ”
Como dicas para incorporar questões de ciência aberta no fazer do pesquisador, ela recomenda priorizar a publicação de artigos em periódicos que não cobram taxa de publicação”. A palestrante sugere ainda que estudantes conheçam canais oficiais que promovem a ciência aberta como o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), a Rede Brasileira de Reprodutibilidade, Instituto Nacional de Ciência Cidadã e Pataforma Cívis.

Masculinidades e desafios de mulheres na ciência
Já o painel “Gênero em Movimento: Mulheres na Ciência e Masculinidade em Diálogo” ocorreu durante a tarde. Sobre masculinidades, os psicólogos e professores João Almeida Weber e Manueli Tomasi, integrantes da Equipe dos Grupos Reflexivos de Gênero do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, apresentaram aspectos relacionados à prevenção, responsabilização e reflexão sobre assédios e violências. Eles destacaram que o enfrentamento não deve se restringir à punição, ressaltando também a importância do debate coletivo sobre assuntos como Lei Maria da Penha, tipos de violência, “o que é ser homem?”, paternidade, uso de drogas, privilégios masculinos e direitos das mulheres.
Já a professora do Campus Viamão Marilia Bonzanini Bossle, embaixadora do movimento Parent in Science no IFRS (iniciativa que discute e apoia cientistas pais e mães), complementou a discussão ao apresentar sua trajetória, vivências, experiências e desafios com pesquisa, docência e maternidade. Em sua fala, reforçou a dificuldade em conciliar a vida profissional e pessoal, pois as atividades de cuidado são atribuídas às mulheres, e a forma como a maternidade impacta a carreira.


Oficinas são oferecidas pela primeira vez no evento
Novidade desta edição, 11 oficinas foram ministradas durante o evento, dentre elas a de robótica, proferida pelo grupo RobotIF, do Campus Porto Alegre. A atividade chamou a atenção do público pela criatividade e pela forma simples de ensinar tecnologia. A equipe, formada por estudantes voluntários e bolsistas, apresentou uma atividade em que os participantes produziam bonecos e aprendiam a programá-los usando o micro:bit. Ao final, os bonecos se transformam em autômatos, realizando movimentos criados pelos próprios alunos.
A oficina Acroyoga Jam, ministrada pelas professoras de Educação Física do Campus Rio Grande Simone Spotorno e Luiza Helena Oliboni, é uma prática realizada em grupo que integra acrobacias, postura do yôga e massagem tailandesa. A atividade reuniu participantes que buscaram se conectar, relaxar, melhorar o equilíbrio e aliviar as tensões musculares.
As oficinas do Projeto Vivência Sensorial (degustação de vinhos e sucos de uva, território e taça) reuniram participantes do evento na sede da Vinícola Escola do Campus Bento Gonçalves. Além da iniciação à análise de aromas, sabores e texturas pelos sentidos da visão, olfato e paladar, os participantes puderam conferir um pouco da história da Vinícola e entrar em uma pipa de madeira para conhecer o interior do espaço.




